A infecção por Ascaris lumbricoides, um dos parasitas intestinais mais comuns no mundo, não afeta apenas o trato digestivo. Durante seu ciclo de vida, esse helminto realiza uma migração obrigatória pelos pulmões, podendo desencadear inflamação das vias aéreas e sintomas respiratórios semelhantes ou agravantes da asma, especialmente da asma alérgica.
Essa relação entre parasitoses intestinais e doenças respiratórias ainda é pouco investigada na prática clínica, mas possui base fisiológica, imunológica e científica bem estabelecida.
O ciclo do Ascaris lumbricoides e sua passagem pelos pulmões
Após a ingestão dos ovos do parasita, geralmente por água ou alimentos contaminados, as larvas eclodem no intestino delgado e iniciam um ciclo migratório complexo.
Migração larvária pulmonar
Na fase larvária, as larvas do Ascaris lumbricoides:
- atravessam a parede intestinal,
- entram na corrente sanguínea,
- migram até os pulmões,
- atravessam os alvéolos pulmonares,
- sobem pelas vias respiratórias,
- são deglutidas novamente, retornando ao intestino, onde amadurecem.
Esse trajeto pulmonar não é inofensivo e pode gerar inflamação significativa das vias aéreas.
Síndrome de Löeffler: quando o parasita imita a asma
A passagem das larvas pelos pulmões pode desencadear a chamada Síndrome de Löeffler, caracterizada por inflamação pulmonar transitória associada à eosinofilia.
Sintomas respiratórios mais comuns
- tosse persistente,
- chiado no peito,
- falta de ar,
- sensação de aperto torácico,
- inflamação brônquica.
Esses sintomas são frequentemente confundidos com asma, o que pode atrasar o diagnóstico da causa parasitária.

Resposta imunológica alérgica induzida pelo Ascaris
Além do efeito mecânico da migração larvária, o Ascaris lumbricoides estimula uma resposta imunológica do tipo Th2, típica das doenças alérgicas.
Alterações imunológicas envolvidas
- aumento de IgE total,
- elevação dos eosinófilos no sangue,
- liberação de mediadores inflamatórios,
- aumento da hiperreatividade brônquica.
Esses mesmos mecanismos estão envolvidos na asma alérgica, o que explica por que a parasitose pode piorar crises, aumentar sintomas e dificultar o controle da doença mesmo com uso de broncodilatadores.
Ascaris e asma de difícil controle
Pacientes com asma persistente, asma de difícil controle ou bronquite de repetição podem apresentar um fator inflamatório contínuo causado por parasitoses intestinais não investigadas.
A presença do parasita mantém inflamação sistêmica de baixo grau, sensibiliza as vias aéreas e agrava doenças respiratórias preexistentes.
Crianças: um grupo ainda mais vulnerável
Em crianças, essa relação é ainda mais relevante. A carga parasitária tende a ser maior, o sistema imunológico está em desenvolvimento e os sintomas respiratórios costumam ser atribuídos apenas a alergias.
Muitos quadros de “asma infantil” ou “bronquite recorrente” têm associação direta com parasitoses intestinais não diagnosticadas.
A importância da desparasitação
A desparasitação adequada, quando indicada, pode trazer benefícios sistêmicos importantes.
- redução da inflamação sistêmica,
- diminuição da eosinofilia,
- queda dos níveis de IgE,
- melhora dos sintomas respiratórios,
- melhor resposta ao tratamento da asma.
- Desparasitação Natural: O ideal é realizar esse protocolo — ou qualquer outro processo de desparasitação — duas vezes ao ano, ou conforme o nível de exposição de cada pessoa a vermes e parasitas.
Em regiões com histórico de parasitoses, investigar e tratar o intestino faz parte de uma abordagem respiratória mais eficaz.
Investigação clínica: olhar além do pulmão
Em pacientes com sintomas respiratórios persistentes, especialmente em áreas endêmicas, é fundamental considerar:
- exame parasitológico de fezes,
- eosinofilia persistente,
- histórico ambiental e sanitário,
- resposta inadequada ao tratamento convencional da asma.
Conclusão
Nem toda asma é apenas alérgica ou genética. Em muitos casos, ela é influenciada ou agravada por fatores infecciosos, como o Ascaris lumbricoides.
A investigação parasitológica e a desparasitação fazem parte de uma abordagem mais completa e eficaz da saúde respiratória, especialmente em crianças e em quadros de asma de difícil controle.
Cuidar do intestino também é cuidar dos pulmões.

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Observação Importante: Consulte sempre um nutricionista antes de iniciar qualquer protocolo de jejum prolongado, especialmente se tiver condições de saúde pré-existentes. Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui orientação profissional.
